A Digestão Mental
De que modo podemos ter uma mente saudável? Como a nossa consciência, a exemplo do corpo, pode tornar-se forte, flexível, versátil e paciente? Assim como há regras para criar a saúde física, há também regras para criar a saúde mental. O mais importantes de tudo é que, assim como o corpo precisa da alimentação correta para a saúde, a mente também precisa.
A mente é uma entidade orgânica, uma parte da Natureza, e tem seu ciclo de nutrição, que envolve a absorção de substâncias que a compõem, como as impressões, e eliminar substâncias desnecessárias, que podem transformar-se em toxinas, como as emoções negativas. O alimento para a mente, como para o corpo, cria a energia que permite o seu funcionamento. Como o corpo, a mente tem seu próprio exercício e expressão, que requerem uma correta alimentação que a sustente.
Embora a maior parte de nós considere de que modo alimentamos o nosso corpo, raramente leva em conta de que modo alimentamos a nossa mente. Nos vemos muitas vezes presos em nossos impulsos emocionais, que não alimentamos nossa mente com propriedade. Em consequência disso ela se torna distorcida. Seu impulso natural para a luz e o conhecimento se deforma na busca de prazer e exaltação de si mesma. Para mudar a mente, temos de mudar o alimento que lhe damos. A menos que aquilo que absorvemos em nossa mente venha a mudar, não podemos alterar as consequências disso; porém, quais são as substâncias que alimentam a mente? Enquanto não tivermos consciência disso, não podemos ir muito longe no tratamento da mente.
Embora a maior parte de nós considere de que modo alimentamos o nosso corpo, raramente leva em conta de que modo alimentamos a nossa mente. Nos vemos muitas vezes presos em nossos impulsos emocionais, que não alimentamos nossa mente com propriedade. Em consequência disso ela se torna distorcida. Seu impulso natural para a luz e o conhecimento se deforma na busca de prazer e exaltação de si mesma. Para mudar a mente, temos de mudar o alimento que lhe damos. A menos que aquilo que absorvemos em nossa mente venha a mudar, não podemos alterar as consequências disso; porém, quais são as substâncias que alimentam a mente? Enquanto não tivermos consciência disso, não podemos ir muito longe no tratamento da mente.
A Digestão Mental
Não temos de considerar só a natureza do alimento que ingerimos, mas também a nossa capacidade de o digerir. Mesmo quando ingerimos boa comida, se nossa digestão é ruim, essa comida pode tornar-se uma toxina. A mente, como o corpo, apresenta sua capacidade digestiva ou o fogo (Agni) que é inteligência (Buddhi).
A mente existe para fornecer a experiência e a libertação para a alma. A experiência que digerimos ou entendemos traz a liberdade e possibilita a expansão da consciência, assim como o alimento que digerimos libera a energia que nos permite trabalhar. A experiência que não digerimos torna-se uma toxina e inicia diversas mudanças patológicas na mente, assim como a comida não-digerida causa o processo da doença no corpo físico. Assim como o alimento bem digerido traz a harmonia do físico, e a comida mal digerida causa a doença, a experiência bem digerida traz a harmonia da mente, e a experiência mal digerida acarreta as perturbações mentais.
A mente apresenta o seu próprio tipo de digestão, que semelha o do corpo físico.
1. A mente e os Sentidos Exteriores - Acúmulo das Impressões
Os cinco sentidos absorvem impressões, como as mãos e a boca participam do processo de assimilação do alimento. Essas impressões se acumulam na mente exterior (Manas), que as organiza, mas que não tem a capacidade de as digerir. A mente exterior corresponde ao estômago no corpo físico, que agrega e torna homogêneo o alimento, sem poder fazê-lo decompor-se e sem ter como absorvê-lo.2. A Inteligência - Digestão da Experiência
Depois que a mente exterior reuniu e tornou homogênea as impressões, a inteligência (Bhuddhi) trabalha para digeri-las. A inteligência é o Agni ou o fogo da digestão para a mente, e corresponde ao intestino delgado na forma de um órgão físico. A inteligência digere as impressões e faz delas experiências. Faz com que os acontecimentos presentes se tornem lembranças.
A digestão mental apropriada depende da função adequada da inteligência por meio de que discernimos a verdade da nossa experiência a partir de seus nomes e formas exteriores. Ela nos ajuda a extrair o guna Sattva de nossas experiências e a liberar os componentes rajásicos e tamásicos. A digestão mental não adequado dá-se quando não conseguimos decompor os nomes e as formas da nossa experiência em energias de verdade. Então, os nomes e as formas não digeridos acumulam-se na mente e bloqueiam-lhe a percepção. Confundimos a aparência das coisas com o seu sentido ou com o seu conteúdo de verdade.
A digestão mental apropriada depende da função adequada da inteligência por meio de que discernimos a verdade da nossa experiência a partir de seus nomes e formas exteriores. Ela nos ajuda a extrair o guna Sattva de nossas experiências e a liberar os componentes rajásicos e tamásicos. A digestão mental não adequado dá-se quando não conseguimos decompor os nomes e as formas da nossa experiência em energias de verdade. Então, os nomes e as formas não digeridos acumulam-se na mente e bloqueiam-lhe a percepção. Confundimos a aparência das coisas com o seu sentido ou com o seu conteúdo de verdade.
3. A Consciência - A Absorção da Experiência
Depois que a inteligência digeriu sua impressões, estas, na forma de experiência ou de memória, vêm fazer parte da nossa consciência mais profunda (Chitta), a que afetam de acordo com suas qualidades (gunas). A experiência absorvida na consciência mais profunda se torna parte de seu tecido, assim como o alimento digerido se torna parte do corpo físico. Se nossa experiência não é digerida a contento, ela prejudica a substância da mente, assim como o alimento mal digerido prejudica os tecidos do corpo. A experiência que digerimos deixa uma marca ou uma cicatriz na mente na forma de lembranças, mas nos permite agir na vida com paz e lucidez.
Examinemos alguns exemplos desse processo. Quando vemos, embevecidos, um pôr-do-sol, essa impressão é digerida facilmente e deixa uma energia de paz e luz na consciência mais profunda. Se alguém nos ataca ou nos rouba, contudo, nossa mente se perturba. A experiência é difícil de digerir, e deixa certo resíduo de raiva, frustração ou medo. Nossa vida está cheia de tais exemplos. As experiências não digeridas afloram de novo de nosso subconsciente, influenciando nosso estado mental do momento, até que as compreendamos e as resolvamos.
Os três estados da vigília, do sonho e do sono profundo
Os três estados da vigília, do sonho e do sono profundo
No estado de vigília, acumulamos as impressões por meio da mente exterior (Manas) e dos sentidos. No estado do sonho, digerimos as impressões mediante nossa inteligência interior (Buddhi), e elas se refletem por meio de nossos sentidos sutis na forma de sonhos variados. No sono profundo, o resíduo de nossas impressões digeridas, reduzidas à forma de semente, se torna parte de nossa consciência mais profunda (Chitta).
Nossos sonhos revelam o processo da digestão mental. Os sonhos bons refletem a digestão mental satisfatória. Os maus mostram a digestão mental insatisfatória. De modo semelhante, o bom sono profundo reflete a consciência bem desenvolvida em seu conjunto. A incapacidade de conservar o sono profundo revela a consciência desenvolvida de modo insatisfatório em seu conjunto.
Trecho do livro " Uma Visão Ayurvédica da Mente - A cura da consciência", Dr. David Frawley, Ed Pensamento.
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